sábado, 25 de junho de 2011

História do interior

O causo de Maria

Desde pequena eu ouço da minha vó
as histórias que ela contava do povo do interior.
Ela contava que tinha uma tal de Maria
que era muito espertinha e logo se encantou.
Se apaixonou por um tal de seu Zé,
que se encantou dela e logo se enrabichou.
Mas não contaram para os pais dela
e em pouco tempo Maria se apaixonou.
Se encontravam de baixo do umbuzeiro
e mesmo sem dinheiro acreditavam ser isso amor.
Por causa disso numa tarde de domingo
José levou Maria para a pedra do Laçador.
Sem muito esforço convenceu Maria,
que era menina inocente, e pra ele se entregou.
Depois José mandou que ela voltasse e se que arrumasse,
por que ia fugir com ela, pois agora era seu senhor.
Maria, que não era mais menina
voltou para sua casa feliz e tudo logo arrumou.
Foi pro lugar que havia marcado, debaixo da ponte do riacho,
e naquele lugar ela esperou.
E depois de um tempo viu que José não vinha
ficou desorientada e logo endoidou.
Saiu correndo por dentro dos sítios,
saiu se escapulindo procurando o encantador.
Mas o danado do José por ali não tava,
ele já tinha desaparecido daquele interior.
E a história já se espalhava
da mulher que se entregara e fora enganada pelo malfeitor.
Depois de dois dias Maria voltou pra casa,
estava difamada, mas era história de amor.
Seu pai queria que ela virasse freira,
mas como não era mais moça isso não rolou.
Ela casou-se com um dono de gado,
um velho meio mal encarado que a aceitou.
Ele já tinha um a penca de filho, cerca de menino
que Maria carinhosamente adotou.
Ela virou dona de casa,
pois era moça prendada e tinha dotes sim senhor.
E o povo não sossegou, procurou o traidor
e logo descobriu que José era matador.
Foragido de uma capital do norte,
tinha se escondido naquela parte do interior.
Não se pode dizer que Maria foi feliz,
mas se pode dizer que um dia ela pelo menos tentou.

Por Vanessa Lima


Minha vó conta essa história as vezes, e outras que envolvem outros casais. Não se sabe ao certo se é verdade ou se mais coisa da cabeça do povo do interior. O fato é que muitas Marias receberam juras eternas e acabaram sendo enganadas por séculos. O interessante das histórias antigas que são passadas de pais para filhos, de avôs para netos, é que no fundo existe um sentido que pode ser aproveitado para sua vida. Não sei bem por que resolvi escrever esse causo aqui, só sei que escrevi. 

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Música para meus ouvidos


Quero dedilhar nas cordas do violão
aquilo que sinto dentro do coração.
Que a guitarra sole o som 
que vem do interior e que sei que é bom.
Que a zabumba faça o menino dançar
e a menina bonita bailar.
Que o pandeiro soe em todo lugar,
mas principalmente na frente do mar.
No vento eu quero ouvir o bandolim,
e que anjos possam cartar pra mim.
Em um beco ouvir a gaita soar
com um coro de passarinhos a acompanhar.

A melodia pode ser doce, 
pode ser rápida,
pode ser lenta,
pode ser até de massa.

Pode ser forró,
pode ser samba,
pode ser coco,
pode ser baião,
pode ser frevo
pode ser outro sei não.

Pode ser reggae
ou rock
ou rip rop 
ou funk.

Pode ser um bolero,
uma salva,
até mesmo um sonho de valsa.

Com tanto que seja música,
que seja algo que venha de dentro.
Que seja ritmado,
que seja bonito,
que seja agradável,
que seja aquilo que um dia foi desejado.

Por Vanessa Lima
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