domingo, 20 de fevereiro de 2011

Distante de mim



Distante de mim

Devia ser bem mais fácil isso.
Poder ter o que se quer.
Mas não é como se quer,
como você acha que é bom.

Queria que fosse possível
que se pudesse compreender,
que se olhasse para mim e visse.
Que visse o que é para ser visto.

Mas as coisas então distantes de mim,
e eu não posso as tocar.
Não posso ter como as quero.
Por que a escolha não é só minha.

Vim ao mundo de passagem
e não posso ter o que quero.
Não posso fazer as escolhas
sem que alguém saia ferido.

Não quero brincar de casinha
e nem trocar roupa de boneca.
Não foi assim que vi a minha vida.
Não foi essa a minha escolha.

Prefiro estar onde estou.
Não me ache idiota por querer isso.
Eu só acho que você esta distante,
muito distante de mim.

E eu não posso te pegar,
não posso te tocar,
não posso te encontrar quando não quer.
Você não me permite.

Então escolho fazer as escolhas,
e as escolhas são minhas.
Se não posso ter o que eu quero,
não vai ser do jeito que os outros querem.

Vou juntar minha força e continuar meu caminho.
Voltar a estrada de onde havia me desviado.
Seguir a trilha anterior,
a rota que tinha imaginado para minha vida.

Talvez mais para frente nossos caminhos se esbarrem.
Talvez eu posso te encontrar
quando as trilhas coincidirem.
Nós poderemos mais uma vez tentar.

por Vanessa Lima
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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dois em um (poesias)



Dúvida perigosa


A angustia da dúvida surge em meu peito
inquieta-me o coração
mexe com minha ação.
Me deixa na mão.


Não sei se é possível te desvendar totalmente,
mas eu teimo em tentar.
Tento ler as entrelinhas da escrita,
tento sempre te decifrar.


Se faz de difícil sem nem mesmo querer.
Me mostra ser difícil eu te compreender.
Deliro achando coisas que não podem,
que não tem o porquê,
que são apenas coisas para ninguém,
que são vacilos que vão e vem.


- Não há nada entre eu e você,
apenas aquilo que é permitido ter.


Desejos são coisas que se vão.
Sentimentos são coisas sem razão.
Uma palavra pode me reanimar,
mas só uma falta dela pode me fazer parar!


por Vanessa Lima

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~


Frustração

Espero demais as vezes. 
Espero que as coisas aconteçam e que não aconteçam.
Que surjam os raios de sol pela manhã, mas também que a chuva traga o orvalho restaurador.
Que os dias terminem rápido e que demorem o necessário.
Que seu sorriso possa mais uma vez encher minha vida. 
Mas mais que isso, que você apenas entenda que eu não quero nada de mais de você.
O que eu quero realmente é que você possa me dizer se sim ou não,
ou então que apenas que não me crie esperanças em vão!
Você pode delirante me dizer que nunca as me deu,
e eu vou baixar a cabeça sobre tudo o que achei
e simplesmente não mais te perturbarei!

por Vanessa Lima

Mais um monte de coisas que me fazem sentido e que talvez (só talvez) façam sentido para um outro alguém. Mas no fim o que resta apenas é o que sinto (o que se sente), o que eu digo e o que não é dito com as palavras, nem com os gestos, nem com ligações, nem com mensagens ou poemas, nem com  nada mais... só o que existe por dentro sem poder sair na hora que se deve.


Em completa solidão numa madrugada vazia,
triste por não poder entender todas a coisas
e por tudo ser tão mais difícil para mim.

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sequestro

Sequestrei um tempo de meus planos para viver.
Tinha escolhido trilhar um caminho da completa solidão,
sem carinhos, sem afagos ou beijos.
Moraria em uma casa de muitos quartos,
mas eles estariam vazios de gente.
Por que aquela casa seria um lugar só para mim.

Caminharia em tardes de sol baixo
sem admirar nada além do ausente.
Frequentaria lugares de gente vazia,
não desejaria companhia,
nem de noite, nem de dia.

Assistiria sessões solitárias de cinema ao entardecer.
Ouviria as aves cantarem sem perceber.
Me banharia em água fria
e dormiria numa cama só minha.

Mas como antes evoquei:
- Sequestrei um tempo de meus planos para viver.

Sequestrei um tempo de meus planos quando encontrei com você.
Quando nossos olhos se cruzaram,
quando nossas afinidades transbordaram,
quando minha mente devaneou  pelo que podia fazer sentido.
Quando simplesmente eu pude te tocar.
Sentir os afagos, os carinhos desconhecidos, mas ansiados.
E tudo só ficou podendo ser resumido dizendo-se que:
na verdade não sequestrei um tempo de meus planos para viver,
mas sim sequestrei esse tempo para você.

Por Vanessa Lima
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Na noite ao luar



Na noite ao luar

De mãos dadas quando passeavam pela estrada curva,
no final do caminho se podia ver o brilho das estrelas.
Elas se apresentavam junto com o luar
e iluminavam toda a noite maravilhosa.
O sol havia fugido a algum tempo,
se escondido atrás das montanhas ao norte.
Sentia-se constrangido com a beleza do luar,
que estava magnífico na noite tão esperada.
O vento soprava como uma brisa fria
leve, controlada, afável, doce, melodiosa.
Sussurrava coisas que só os amantes podiam entender,
que só eles podiam perceber e sentir naquele lugar.
A relva fresca balançava com o vento,
parecia fazer uma dança ritmada, no compasso,
tão convidativa quanto todo o resto.
Os cheiros estavam misturados, as árvores farfalhavam.
Não havia musica alguma,
mas os sons naturais da noite compunham uma melodia unica,
terna, simples, mas cheia de acordes diferentes.
Era a musica dos casais,
daqueles que se amavam no silêncio da noite,
sob o luar iluminado,
sobre a relva fresca,
próximo da estrada curva,
do destino traçado antes do amanhecer.

Por Vanessa Lima


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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Nova aquarela




A minha pintura daquela flor mudou
quando as gostas de chuva tocaram a folha de papel.
As tintas se misturaram e o vermelho e amarelo da Benedita
virou laranja e brilha como o sol que existe no nosso céu.
Se juntando com o amarelo que sobrou o azul celestial,
que ilustra na imagem o verde esmeralda da água merridional.
Nova aquarela, tinta de dedo,
lápis colorido ou preto.
Eu posso ver as nuvens no céu e passando por elas um monomotor
e com muitos sonhos de grandeza eu posso ver dentro dele um pequeno aviador.
O vento passa rápido por ele.
As nuvens mudam de forma e outras figuras aparecem apartir dele.
Formas complexas, geométricas,
formas retas ou então trigonométricas.
A paleta de cores variadas,
ouvindo o som que sai da boca das fadas.
Florestas repletas de verde e cores,
bosques cheios de novos amores.
Linhas tortas, linhas retas,
linhas curvas, linhas para quem não tem muita presa.
Apenas um cenario feito pela imaginação,
usando todos os tons e a vida que existem mesmo sem ter razão.

Por Vanessa Lima
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"Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove.
Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha.
Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra.
É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama…"


William Shakespeare (o poeta)
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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Musica - Meu amor

Baixei essa canção por esses dias, quando estava no site Direito Musical. Eu gosto de mpb e me indicaram esse site para conhecer uma banda e então vasculhando encontrei Daniele Krauz e as suas canções. Baixei a primeira e encontrei esse primor de poesia e musica (que vocês podem conferir ouvindo). O Direito Musical é uma boa dica para quem quer conhecer bandas novas e cantores de grande talento, mas sem muito expressão no mundo artístico. E o melhor é que o cadastramento é gratuito e   cada vez que você baixa uma musica ajuda o artista.


Meu amor 

Meu silencio precisa de riso
De criança descansando em seu 
Colo enquanto olha o céu
Minha voz precisa do seu som
Do seu ouvido pra me dar o tom
Pra dar brilho ao meu blues

Vou escancarar meu coração em melodia
Desmanchar minha alma em harmonia
Vou transformar toda minha dor em poesia
Só pra te comover
Esse é o meu amor

Meu corpo precisa de braços
Que me abracem como laços 
De pura ceda
Aquele por quem me apaixonei
Continua em meus lábios 
Apesar do silencio

Vou escancarar meu coração em melodia
Desmanchar minha alma em harmonia
Vou transformar toda minha dor em poesia
Só pra te comover
Esse é o meu amor



(Letra e música de Daniele Krauz)


E então? Não é pura poesia??? Beijos!
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mulher


O meu nome é MULHER!
No princípio eu era a Eva
Criada para a felicidade de Adão.
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele que traria a salvação.
Mas isso não bastaria para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
"A mulher de verdade" para a sociedade.
Não tinha a menor vaidade, mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade,
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família.
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina, operária em construção...
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER!!!!
Por Autor desconhecido

Recebi isso por e-mail de uma amiga muito inteligente que sempre gosta de me mandar essas coisas legais. Achei por bem dividir aqui com vocês... mulheres que podem se ver nesse poema e homens que podem ser sensíveis para ver a arte e a beleza por trás dessas simples palavras.

Ah, e tem uma musica muito boa da Pitty que fala bem dessa coisa da mudança do papel da mulher na sociedade - Desconstruindo Amélia

Desconstruindo Amélia
Pitty

Já é tarde, tudo está certo
Cada coisa posta em seu lugar
Filho dorme ela arruma o uniforme
Tudo pronto pra quando despertar
O ensejo a fez tão prendada
Ela foi educada pra cuidar e servir
De costume esquecia-se dela
Sempre a última a sair...

Disfarça e segue em frente
Todo dia até cansar
Uooh!
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Uooh!
Nem serva, nem objeto
Já não quer ser o outro
Hoje ela é um também

A despeito de tanto mestrado
Ganha menos que o namorado
E não entende porque
Tem talento de equilibrista
Ela é muita se você quer saber
Hoje aos 30 é melhor que aos 18
Nem Balzac poderia prever
Depois do lar, do trabalho e dos filhos
Ainda vai pra nigth ferver

Disfarça e segue em frente
Todo dia até cansar
Uooh!
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Uooh!
Nem serva, nem objeto
Já não quer ser o outro
Hoje ela é um também

Uuh
Disfarça e segue em frente
Todo dia até cansar
Uooh!
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Uooh!
Nem serva, nem objeto
Já não quer ser o outro
Hoje ela é um também

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Crônica sobre o "BBB"


Luiz Fernando Veríssimo
o cronista Veríssimo

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB  é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB  é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista eescritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados. Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia. Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONG's, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns). Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livroum poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.


Fica ai a dica de quem entende das coisas... tem coisas que a gente não precisa que sejam empurradas por goela a baixo para que nos alimentemos delas, e tem coisas que a gente pode impedir que sejam empurradas em nossa garganta.   

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Te foi tirado

Indigno-me por não achar o que posso te dizer num momento como esse.
Penso em muitas coisas,
mas nada,
nenhuma delas parece que vai te ajudar.
Olho em teus olhos e vejo um branco vazio.
Sua mente perece não acreditar.

Há coisas que poderia te dizer,
mas será que elas realmente tem sentido?
É difícil saber
quando nem mesmo eu posso acreditar.
Tua voz falha,
teu sorriso esta murcho,
tuas lágrimas contidas para não assustar.

Há tantas coisas que eu queria falar-te,
mas será que devo?
O sentimento é de desolação.
A vida é algo estranho de se descrever.
A morte é algo estranho de se entender.
A desesperança é a unica coisa que perece aparecer.

Há momentos em que certas palavras são conforto,
mas será esse o momento?
A dor é grande.
Algo te foi tirado,
algo teu vai ser enterrado.
E tudo o que se pode ouvir é o silencio...
que as vezes pode ser um conforto para a alma!

By Vanessa Lima

Quando algo nosso é tirado sabemos o que sentir e pensar, mas quando isso acontece com alguém que nos é querido não sabemos o que sentir ou que pensar, o menos ainda o que dizer. As palavras parecem sumir...  e ainda assim sentimos coisas que não conseguimos descrever.

Dedicado a um amigo que perdeu alguém que tinha grande valor! 
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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Contos I

Inauguro com esse poema a sessão contos do Life Plausible, nessa sessão pretendo colocar contos curtos, em forma de poema ou não, sobre o cotidiano ou sobre coisas não tão cotidianas, algumas imaginarias, outras inspiradas na realidade. Enfim... espero que gostem.


Contos I - A velha senhora


A estante do quarto esta repleta de poeira,
os moveis da sala mais imoveis do que qualquer outro móvel.
Não há ninguém aqui para mudar algo. 
Não há ninguém aqui para fazer a mudança.
Lençóis brancos cobrem a mobilia,
as imagens dos quadros estão desbotadas,
os vidros da janela quebrados ou trincados. 
Flores murchas nos vasos encardidos.
Há esqueletos nos armários.
Mas não existe força de vida na casa.
O tempo que se passou para construir foi ínfimo comparado com o tempo em que esta desabitada,
mas não há placas de vende-se ou aluga-se.
Ninguém se deu ao trabalho de a conservar. 
O ultimo morador saiu fugindo, por que ainda há alguém ali a habitar.
O cheiro de desilusão se mistura ao de solidão
e a pele antes visosa esta enrugada como os tecidos amassados que cobrem os moveis,
os cabelos brancos caem mais a cada dia,
os dentes rangem de desgosto.
O telefone parou de tocar a anos,
os seus se foram antes do entardecer.
A abandonaram a velha senhora a sua própria sorte.
Em seu santuário pessoal de recordarções sem sentido.
Em seu mundo estranho e possessivo.


By Vanessa Lima

sem pretensões de ser com isso tudo...
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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Estranhos sentimentos

Sentimentos podem ser estranhos
e dar dor de cabeça com o tempo.
O coração pode bater descompassado do ritmo anterior,
mas bailar na nova dança proporcionada.
As estrelas vão ter um brilho bem mais incomum,
e o cheiro da maresia numa tarde de verão vai ser bem mais agradável.
As flores terão fragrâncias melhores,
os perfumes serão mais perceptíveis,
os gostos bem mais apurados,
as essências bem mais requintadas.
As cores bem mais sensíveis,
o toque mais acetinado
e provocador de cala-frios,
de pelinhos erriçados,
de vontade de quero mais.
O beijo vai ser cada vez mais necessário
e a demora vai ser tão angustiante,
quanto a fome quando dá vontade de comer.
As palavras sem sentido vão ter mais sentido do que qualquer outro assunto.
As mãos vão querer se tocar,
os braços vão querer se entrelaçar,
os sorrisos vão querer compartilhar uma alegria infinita.
A lembrança surgirá na hora menos esperada,
a necessidade aflorará a cada entardecer,
o medo da rejeição tomará parte em seu viver
e o que sentirá, se não controlar isso, é que: - Preciso rápido esconder...

By Vanessa Lima
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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Medo de escuro

A luz foi cortada em minha casa,
a luz acabou em minha cidade,
a luz se perdeu em todos os lares,
a luz não esta mais em nossos lugares.

O sentimento era de deserto,
o sentimento era de escuridão
era um sentimento bem humano,
as pessoas se dando as mãos.

A madrugada foi perturbadora,
havia gente sem seu pares,
haviam zumbis em nossas ruas,
haviam aliens em suas naves.

Acendi velas para iluminar
Acendi lanternas para nos proteger.
Olhei por toda a nossa casa,
procurando ver onde a luz foi se esconder.

Mas o blackoult nos assolou,
e ele nos aprisionou
num lugar onde não podemos sair
onde as sombras teimam em resistir.

Eu já compunha meu Epitáfio
e já falava do além,
já discutia como seria a morte
e só pensava no meu bem.

Mas ai quis ser mais forte que o medo.
Quis vencer a escuridão.
Fui na janela e olhei para o céu
e o que eu vi foram só as estrelas e o seu clarão!

By Vanessa Lima

Sobre o blackout (apagão) que aconteceu em parte do NE brasileiro entre a noite do dia 03/02 e a madrugada do dia  04/02  sem motivo, sem razão. Tudo aqui foi inspirado em escritos do twitter e aconteceram comigo nesse  dia (menos os zumbis e os  aliens - mas acho que vocês já tinham notado isso) e me fez pensar sobre a impotência do homem frente a  algo que  ele enfrentou por tanto tempo: a escuridão.

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Epidemia de verdade

Temo que a idiotice esteja me consumindo a cada dia
e crescendo em minha mente e em meu viver.
Com ela se esvai qualquer traço de lucidez
e me considero louca em atos e ações.
Minha palavras se tornaram repetitivas,
minha voz se tornou falha e nervosa.
Não há resquícios de como eu era.
Tudo que já fui já não mais sei onde esteja.
Parei de ser chata e calcular muito as coisas.
Cancelei meu planos longos de vida boa.
Sorrio com uma criança ou um pássaro a voar,
experimento de tudo um pouco que a vida pode proporcionar.
O mal que me acomete pode também a te acometer.
Não é causo para alarde e nem tão pouco de me prender.
Basta você esta aberto que ele vai te encontrar.
Por que na verdade o que ele deve mesmo é se alastrar.
Como epidemia, mas não daquelas de verão.
Mas como uma infecção, que se alastra e contaminará o coração.
Por que é disso que precisamos para viver,
é disso que precisamos para não morrer.
É disso que precisamos para realmente nos conhecer.
De uma felicidade eterna que nem o tempo faz desaparecer.

By Vanessa Lima


Esse poema teve livre inspiração no texto "Seja um idiota" de Arnaldo Jabor que li ontem no blog de amigo das palavras, Kelvin Rodrigues. O link para a postagem é este aqui Blog Direcionado a Qualquer Direção - Seja um idiota. É um texto muito bom e rico em pura poesia e certeza de vida. Se você puder ler entendera um pouco mais o por que de todas essas minha palavras transcritas em forma de poesia.
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"Soul" prisioneira

Quadro guardado em quarto escuro esconde toda a beleza e sua emoção,
mas o retrato quando é revelado nos mostra o reflexo de uma razão.
"Soul"* esperando o momento de se mostrar,
aprisionada num mundo etéreo, sem poder escapar.
Casa sem vida,
corpo sem ação.
Mente fugindo,
buscando salvação.
- Diga as palavras que me podem libertar,
clame por vida.
No momento correto corra para me encontrar!
Escapo de tudo que pode ferir.
Escapo de tudo que pode marcar.
Escapo das coisas falsas e mentirosas.
Torno-me uma alma que pode respirar!

Por Vanessa Lima

*palavra inglesa que significa alma. 

O trocadilho no titulo "Soul" prisioneira,  tem o feito de ter os dois sentidos: "Alma prisioneira" - com a tradução do termo "Soul" - e "Sou prisioneira" - com a pronuncia da palavra inglesa.
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