com seus trinta e um mil dias.
As pessoas andavam alvoroçadas
porque ainda não sabiam em quem votar.
Um engravatado esbravejava que iria
chutar a bunda do concorrente.
Que ironia.
Eu não me importava com o que seria da cidade.
Fodas pro trânsito engarrafado;
minha garganta também estava.
Fodas pro aumento da passagem;
não queria sair de casa mesmo.
Hoje, sua lembrança me volta
e eu acordo com um mau humor infantil,
sentindo a contrariedade de um mundo
que não me foi condescendente,
sentindo a culpa por não ter ido
embora antes de o meu amor se misturar à sua loucura.
Hoje, invento frases bobas
que me ajudam a esquecer uma outra que você disse:
"não consigo fazer ninguém feliz."
Hoje, eu digo a mim mesmo: não é pra tanto.
Não é pra tanto, penso tão fortemente
que minha boca fechada quase arrisca um som.
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