quinta-feira, 30 de junho de 2011

Reflexões I


Reflexo de quem sou

O ideal para mim não esta refletido no espelho,
Não é o eu que existe em mim.
Busco a cada dia a verdade verdadeira,
Que ira desmentir a mentira contada,
A ousada situação de me enganar.
O espelho reflete apenas o que exterior mostra.
Mas e o interior? O que esta por dentro?
Encoberto por paredes de sonhos,
De desejos, de anseios muitas vezes tolos.
A cada dia me reescrevo em uma parede branca,
Nua de ideias, nua de situações.
Ao tal passo de hoje eu nem mesma saber mais quem sou.
Exagero? Pode ser.
Mas o fato de que me mudo sempre
E de que isso é algo independe não é.
A percepção de que sou mutável me apareceu a tempos,
E a cada dia percebo ser mais real.
Choro por que estou triste,
E por que não tenho motivos para chorar.
Sorrio da própria vida
Ou mesmo de algo sem pensar.
Mudo de humor de tal modo que
Não pareço ser mais eu mesma.
Alguém pode dizer: bipolar.
Quem sabe? Ninguém ousou me diagnosticar.
O fato é que mudo sempre
E que quando olho no espelho
Temo não ser mais eu que vá encontrar.

Por Vanessa Lima
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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Gente marcada

Gotas de chuva são lágrimas que o céu derrama,
Mas ao invés de serem marcos de tristeza
Trazem alegria e vida a terra seca e rachada.
O sol nem sempre é sinal de alivio,
Pode ser martírio para um chão sem água,
Pode ser suplicio para um povo sem nada.
A planta que parece sem vida trás consigo salvação,
Pois é dentro da palma que o homem encontra
Aquilo que vai ser sustento, manutenção.
Retirantes se afastam da fome e da dor
E buscam em outras terras um consolador.
Mas a triste jornada não leva ao emprego,
Não os leva a casa sonhada.
Seus filhos passam fome em terra que não é seca,
Onde água corre muita no meio das cidades.
Mas essa água é suja, deixou de ser translucida,
Não vale para beber, para se banhar,
Não é sustento para o homem se embrenhar.
As árvores também não existem aos montes nesse lugar,
E as que existem estão em parques onde não se pode pisar.
A casa outrora de taipa hoje é de papelão,
E o céu não tem mais estrelas, só o clarão.
O clarão dos carros que passam a noite,
Das casas de música alta que enchem a cidade.
O lixo se acumula nas ruas
E é sustento para muitos sem chance,
Que encontrão no entulho
Uma oportunidade vacilante.
Puxar carroça para viver,
Para poder levar para os filhos,
Para as crianças em casa,
Um pouco do que comer.
Do governo vem ajuda pras crianças na escola,
E tem muita gente que diz que isso não passa de esmola.
Mas esse povo não enjeita,
Por que muitas vezes é a única solução,
Num mundo onde o capitalismo impera,
E a humanidade anda na contra mão.
Essa gente que é invisível clama por tempos de paz,
Não de uma paz sem ter armas,
Mas por uma paz de espirito,
Aquela que muita gente não é capaz.

Por Vanessa Lima
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terça-feira, 28 de junho de 2011

Tarde de sol


Tarde de sol

Vento, ventania.
Prefiro uma tarde de sol
Uma calmaria.
Estar junto daqueles que amo.
Ouvir uma canção doce
sobre aquelas coisas que parecem ser simples,
mas que no fundo tem muito mais valor.
Sentir a doce sensação de ser querida
por aqueles que a quem quero bem.
Ver os sorrisos,
escutar as conversas afiadas
na claridade do sol.
E quando este estiver para se pôr,
para se despedir de nós,
quando estiver para dar um adeus temporário,
poder ver a lua bonita chegando.
A lua que trás consigo um manto de escuridão,
mas que não se deixa cobrir por ele,
mantendo ao seu redor tudo claro,
tudo iluminado...

Por Vanessa Lima
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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Egoismo



Pássaro solitário

Eu queria ter asas
e poder alçar grande vôos,
solitária na imensidão azul do céu.
Não me preocupar na hora da chegada.
Não em ter alguém a me esperar
no ponto de partida ou no ponto de chegada.
Estar livre pelo mundo a fora,
sem me preocupar com o amanhã.
Sem ter que dar satisfações,
sem ter que pedir autorizações.
Não me preocupar em ser legal,
em ser aquilo que a sociedade acha normal.
Pode soar egoísta dizer isso,
mas sinto que só talvez as coisas fizessem mais sentido.

Por Vanessa Lima
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sábado, 25 de junho de 2011

História do interior

O causo de Maria

Desde pequena eu ouço da minha vó
as histórias que ela contava do povo do interior.
Ela contava que tinha uma tal de Maria
que era muito espertinha e logo se encantou.
Se apaixonou por um tal de seu Zé,
que se encantou dela e logo se enrabichou.
Mas não contaram para os pais dela
e em pouco tempo Maria se apaixonou.
Se encontravam de baixo do umbuzeiro
e mesmo sem dinheiro acreditavam ser isso amor.
Por causa disso numa tarde de domingo
José levou Maria para a pedra do Laçador.
Sem muito esforço convenceu Maria,
que era menina inocente, e pra ele se entregou.
Depois José mandou que ela voltasse e se que arrumasse,
por que ia fugir com ela, pois agora era seu senhor.
Maria, que não era mais menina
voltou para sua casa feliz e tudo logo arrumou.
Foi pro lugar que havia marcado, debaixo da ponte do riacho,
e naquele lugar ela esperou.
E depois de um tempo viu que José não vinha
ficou desorientada e logo endoidou.
Saiu correndo por dentro dos sítios,
saiu se escapulindo procurando o encantador.
Mas o danado do José por ali não tava,
ele já tinha desaparecido daquele interior.
E a história já se espalhava
da mulher que se entregara e fora enganada pelo malfeitor.
Depois de dois dias Maria voltou pra casa,
estava difamada, mas era história de amor.
Seu pai queria que ela virasse freira,
mas como não era mais moça isso não rolou.
Ela casou-se com um dono de gado,
um velho meio mal encarado que a aceitou.
Ele já tinha um a penca de filho, cerca de menino
que Maria carinhosamente adotou.
Ela virou dona de casa,
pois era moça prendada e tinha dotes sim senhor.
E o povo não sossegou, procurou o traidor
e logo descobriu que José era matador.
Foragido de uma capital do norte,
tinha se escondido naquela parte do interior.
Não se pode dizer que Maria foi feliz,
mas se pode dizer que um dia ela pelo menos tentou.

Por Vanessa Lima


Minha vó conta essa história as vezes, e outras que envolvem outros casais. Não se sabe ao certo se é verdade ou se mais coisa da cabeça do povo do interior. O fato é que muitas Marias receberam juras eternas e acabaram sendo enganadas por séculos. O interessante das histórias antigas que são passadas de pais para filhos, de avôs para netos, é que no fundo existe um sentido que pode ser aproveitado para sua vida. Não sei bem por que resolvi escrever esse causo aqui, só sei que escrevi. 

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Música para meus ouvidos


Quero dedilhar nas cordas do violão
aquilo que sinto dentro do coração.
Que a guitarra sole o som 
que vem do interior e que sei que é bom.
Que a zabumba faça o menino dançar
e a menina bonita bailar.
Que o pandeiro soe em todo lugar,
mas principalmente na frente do mar.
No vento eu quero ouvir o bandolim,
e que anjos possam cartar pra mim.
Em um beco ouvir a gaita soar
com um coro de passarinhos a acompanhar.

A melodia pode ser doce, 
pode ser rápida,
pode ser lenta,
pode ser até de massa.

Pode ser forró,
pode ser samba,
pode ser coco,
pode ser baião,
pode ser frevo
pode ser outro sei não.

Pode ser reggae
ou rock
ou rip rop 
ou funk.

Pode ser um bolero,
uma salva,
até mesmo um sonho de valsa.

Com tanto que seja música,
que seja algo que venha de dentro.
Que seja ritmado,
que seja bonito,
que seja agradável,
que seja aquilo que um dia foi desejado.

Por Vanessa Lima
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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Seja você


Seja você


O que me importa quem tu eras,
Ou quem tu serás?
Só o que o importa é o que sois agora.

Você pode ter sido outro alguém,
Em outro lugar distante.
Mas o que vale é o momento
Em que juntos estamos, este instante.

De quantos modos pode ser
Só importa se um deles for você.
Se brilha ou se apenas reflete,
Se és estrela ou se és espelho,
Nada disso tem sentido se nada é você.

Podes rir,
Podes até chorar,
Mas com tanto que seja real
E que dure, pelo momento que durar.

Por Vanessa Lima
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"Bondade sua me explicar com tanta determinação
Exatamente o que sinto, como penso e como sou
Eu realmente não sabia que eu pensava assim..." (Renato Russo)


Só uma coisinha sobre como me senti nessas ultimas semanas com relação a coisas que falaram  sobre mim... definitivamente você não sabe nada sobre mim. E a minha tristeza está no fato de você  poder gastar mais tempo preocupado com sua vida, e menos com a minha vida. 
Talvez assim você pudesse ser mais felizes, como eu sou! :)
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Conflito de ideias

Noite vazia repleta de sonhos.
Sonhos partindo pela extensão universal.
Vagando por galaxias,
passeando entre estrelas.
Astros cadentes e coerentes,
que tomam espaço na expectativa.

Sorrio da ironia de tudo ser fino
no mesmo passo que meu pensamento é infinito.
Infinito em possibilidades,
em caminhos novos,
em estradas virgens de experiências.

Nada há de estagnado nessa trajetória.
Nada há de ser apenas aquilo, pequeno, ínfimo.
Tudo é grande, em seu sentido amplo.
Tudo converge para um algo mais.
Se encaminha para aquilo que deve ser.

Mas se nada esta definido
e tudo se faz pelo livre arbítrio,
as ligações são partidas em confusão.
Aleatória se torna nossa decisão,
ao passo que uma teia invisível une
aquilo que era,
aquilo que foi
e aquilo que com certeza um dia há de ser!

Por Vanessa Lima
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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Novo poema

Abandono

Quando acordei de manhã
E olhei para o lado
Não pude te ver
Estava vazia, a cama emprestada
Pro nosso aconchego,
Pro nosso amor.

Lembro da noite antiga
Da lua tão clara,
Que no alto sorria.
O vento soprava
E eu admirava o nosso amor.

Passei muito tempo sozinha
Era ave solitária
Voava onde queria.
Mas no meu coração
Algo me faltava, 
Talvez fosse amor.

Quantos momentos bonitos
Quantas juras juradas
Quantos tantos sorrisos
Quantas cartas mandadas.
Abraços, beijos, pedidos
Eram momentos de amor.

Hoje me esqueço dos planos
Dos sonhos sonhados
Dos projetos advindos
Da promessa que ouvi
Da sua boca de fada,
Que jurava eterno amor.

Por Vanessa Lima

Olá! A algum tempo não escrevo por aqui e senti necessidade disso hoje. Esse poema é uma canção de minha autoria  que fala sobre o fim de uma relação por abandono ou perda. Eu não sei o que isso quer dizer, mas essa inspiração me veio. Então estou colocando por aqui. 

Abraços e beijos!
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