Eu estava pensando hoje sobre todos os caras pelos quais eu já tive algum interesse, e olhando agora vejo, que eu só escolho errado. Alguém pode ler isso e achar que estou exagerando e tudo o mais, mas eu posso certamente contar nos dedos os carinhas que me atrairam de alguma maneira e que não serviam para mim.
Você pode me perguntar por que eles não serviam. Bem, a maioria tinha alguma relacionamento, e eu não estava disposta a fazer esse tipo de sacanagem com a garota, isso não vale a pena. Outros eram tão estranhos que até eu me assustava quando os conhecia bem melhor... fora um ou outro que na verdade era gay... sim cara, tinham os gays. Mas isso não entra no merito da questão.
O ultimo cara que me interrecei parecia ser muito dentro dos padrões, mas acabei de descobrir que ele tem uma noiva... eu devo ter algum problema. Como pode ser isso?! Todas as vezes que encontro alguém que se enquadre no que eu quero as coisas acabam tomando outrso rumos. Então para não deixar essa postagem como uma choramingosa retratação da minha falta de aptidão para o amor, eu acho que seja isso, ou ainda o maor não me encontrou como eu queria que tivesse, colocarei uma bela cronica de Jabor...
Crônica do Amor
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então? Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara? Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Arnaldo Jabor
Me despeço por aqui esperando que o final de semana realmente prometa mais que um sol e uma conversa entre de amigas solteiras como eu...
Good Vibes!!!
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