segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Punhado de sal


O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.
- Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.
- Ruim. - disse o jovem sem pensar duas vezes.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse junto com ele ao lago. Os dois caminharam em silêncio, e quando chegaram lá o mestre mandou que o jovem jogasse o sal no lago. O jovem então fez como o mestre disse. 

Logo após o velho disse:
- Beba um pouco dessa água. 

O jovem assim o fez e enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou: 
- Qual é o gosto?
- Bom! - o jovem disse sem pestanejar.
- Você sente o gosto do sal? - perguntou o Mestre.
- Não. - disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem em detrimento ao que ao que você perdeu. Em outras palavras: É deixar de ser copo, para tornar-se um Lago.


Autor Anônimo
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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Qualquer motivo para eu ficar




"Fique um pouco mais. Na geladeira tem aquele suco que você gosta, aquele queijo polenguinho que você ama colocar no pão e temos pizza de ontem também. Fique. Deve chover daqui a pouco, pelo menos eu ouvi dizer. Mas se não, deve estar quente demais. 
Fica. Eu ligo o ar condicionado ou fico te abanando, se você quiser. Fique um pouco mais. Ou muito mais. Tem algum maço de cigarro teu perdido em meu armário. Tem aquele short meu que você gosta de dormir. E eu comprei DVDs legais esse mês, fica pra gente ver junto. Fica, vai. Eu lavo a louça e posso ler pra você, também. Posso fazer pão de queijo ou pizza de mentirinha. Eu arrumei a cama pra gente. Ou podemos ficar aqui neste sofá cor de vinho. 
Fique. Lá fora, está perigoso demais, eu vi no noticiário. Há trombadinhas por toda a cidade, que assaltam em ônibus ou esquinas. E os taxistas também são maus e podem tentar te assediar ou algo assim. Fica aqui comigo. Eu estou doente. Olha? Estou começando a ficar com febre, tosse ou câncer, sei lá. Minhas mãos estão tremendo e eu sinto que meu coração esta acelerado demais esta noite. Fica para cuidar de mim? 
Fica, vai. Tua mãe pode esperar. Teu ex pode esperar. Teus amigos que dão em cima de você, também, podem esperar. Até as tuas amigas que não gostam de mim podem esperar. Fica, vai. Manda mensagem ou liga para todos eles e diz que foi por aí. 
Fica. Tem biscoitos de chocolate na cozinha. Tem livros legais na prateleira. Tem jogo de tabuleiro, baralho ou coisa assim. Tem coisa de beber, de fumar. Fica, droga. Tem seriados legais no 44. Eu prometo não te machucar fazendo cócegas. Prometo acarinhar o lóbulo da tua orelha e te fazer massagens também. Ou te colocar no meu peito e te fazer carinho na nuca até você dormir. A gente pode transar, se você quiser. A gente pode falar mal dos outros ou da gente mesmo. A gente pode ficar em silêncio, também.
Você realmente quer ir? Tudo bem. Pode ir. Mas me deixe sua boca. Teus braços. Tua voz. Tuas pernas. Teu peito. Ou melhor, vai não. Fica aí, que você é meu pedaço de luz. Que você é o todo do tudo que preciso."


Não sei se eu sou louca, mas não consigo entender
por que as vezes parece que você não quer que eu fique?
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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Decisões



As escolhas que fazemos na vida


"Acho meio careta falar que a mulher de hoje se vira em mil. Já sabemos que isso é verdade. Mas também sabemos que nem sempre dá pra fazer tudo. E tudo bem, não tem nada errado nisso. Eu sou humana, você também. Nem sempre consigo fazer meu trabalho, ligar a máquina, estender as roupas, levar a cachorra para passear, fazer as unhas, telefonar para aquela amiga que está com um super problema, ir ao banco, marcar consulta no oftalmologista, ir ao supermercado, fazer a feira, visitar a minha mãe, comprar flores para casa, achar uma receita nova, dar um jeito de ir à reunião de condomínio e caminhar uma hora na esteira. Às vezes a coisa fica preta. E eu respiro fundo e penso tá-tudo-certo-não-tenho-que-ser-a-mulher-maravilha. O dia só tem 24 horas e, sinceramente, não tenho a pretensão de conseguir fazer com que ele tenha 27. 
Hoje em dia, vejo muitas mulheres insatisfeitas. É claro que a gente sempre quer melhorar e evoluir. E isso é ótimo. Só não dá pra querer o impossível. É preciso ter metas reais. Não adianta passar a vida inteira lutando contra seu quadril largo. Por mais que você emagreça ele não vai mudar. Mas existem coisas que podemos, e devemos, transformar em nossas vidas. Se você só se envolve com homem que não presta, é hora de rever as coisas. De repente, é o seu comportamento que está “atraindo” esse tipo de sujeito. Sim, mesmo sem querer a gente dá certos sinais. Se você está repetindo o mesmo padrão de comportamento, dê um basta e mude a sua vida. Ninguém disse que é fácil e simples, mas é possível (além de saudável, pois ninguém quer um bolha ao lado). 
Eu desenvolvi a técnica do chega. Funciona assim: tem algo incomodando? Então chega. Chega, eu não estou aqui pra ser infeliz. Estou aqui para buscar alguma paz, uma serenidade, um norte. Não quero alguém que me desestabilize, me humilhe, me desvalorize. Quero uma pessoa que me admire, me dê força, me faça rir, faça a minha vida ficar mais leve. A gente já tem problemas demais para estar ao lado de quem não colabora para a vida ficar melhor (isso vale para amigos e amores). Sinceramente, não peço muito. Não precisa me oferecer um mundo de sonhos, só precisa me mostrar uma realidade tranquila. Sem sobressaltos, sem portas batendo, sem telefone desligando na cara, sem pneus cantando na madrugada, sem gritos, sem palavrões, sem piração. E eu também sei que romance de cinema existe só lá na telinha. Então eu quero tranqüilidade. Não quero alguém que faça meu  coração acelerar, minhas pernas tremerem, fogos de artifício imaginários aparecerem. Isso  existe, sim, mas se chama paixão. Quero um amor sossegado. Alguém para me abraçar, assistir um filme, jogar baralho, viajar, conversar, contar o dia, fazer cafuné, dar apoio, confortar. Quero troca, carinho, respeito, cumplicidade. O amor é uma amizade sem inveja. É um sonho com realidade. É uma realidade sem photoshop. O amor é um abraço apertado, um olhar que se encontra, um silêncio que não incomoda, um barulho de onda, um gosto bom. Não tem serenata, mas tem bilhetinho dentro da bolsa. E rotina, cansaço, discussão, divergências de opinião. Mas, acima de tudo, tem paciência. E vontade. 
Acredito que as escolhas são todas nossas. Você escolhe quem atrai, você escolhe onde quer estar, você escolhe o seu emprego. Uma vez um chefe meu disse uma frase que nunca esqueci “a gente escolhe onde trabalha”. E é verdade. Durante algum tempo, vivi insatisfeita com meu trabalho. Vivia num ninho de cobras, um querendo puxar o tapete do outro, gente dando tapinha nas costas e falando de você escondido. Não gosto disso, não sou assim. Faço meu trabalho e pronto. Tenho a minha vida pra viver, minhas coisas pra fazer e, honestamente, não tenho tempo pra isso. Não ganhava rios de dinheiro, mas até que era razoável. Dava pra viver tranquila. Hoje eu faço o que gosto, mas volta e meia me aperto. Fiz uma escolha e toda escolha tem uma conseqüência. Eu podia trabalhar em um lugar, ser menos feliz e mais segura financeiramente. Mas preferi viver na inconstância e me realizar profissionalmente. Loucura? Sei lá. Quando a conta fica no vermelho eu penso que podia estar em outro lugar engolindo sapos obesos e indigestos. Mas depois eu paro, reflito e chego a conclusão que sou bem mais feliz assim. É preciso ter admiração e respeito pelo ambiente onde você trabalha, pelo seu chefe, pelos seus colegas, senão não vale a pena. Não é saudável trabalhar para um bando de filhos da mãe. 
Vejo muita gente que não é feliz no que faz. Acho péssimo. Bom mesmo seria a gente trabalhar no que gosta e ganhar super bem por isso. Alguns têm essa sorte. Outros nem sabem que isso é sorte. Mas sempre é bom a gente refletir sobre as coisas que faz, o que quer do futuro, onde espera estar daqui a cinco anos. E mudar, se preciso for. Porque ninguém está aqui de brincadeira."


Tenho pensado muito ultimamente sobre as escolhas que fiz e tenho feito a cada dia. E muitas vezes chego a pensar que elas não foram as mais certas. A gente, as vezes, se precipita em alguns ponto da nossa vida e acaba sofrendo por isso. Por outro lado eu acredito que é sempre bom dar um voto de confiança as escolhas antes de fazer novas, que muitas vezes podem substituir de vez a anterior. Nesse momento eu cheguei a conclusão que não adianta me desesperar e nem querer jogar tudo para o alto de uma vez. De certo modo tô na fase do " o que tiver de ser será" e "o amanhã a Deus pertence". Vou levando as coisas como estão no momento. E se tiver de mudar? Eu mudo. Ora, se o mundo é mutável a cada momento por que eu não poderia ser?
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domingo, 9 de setembro de 2012

Egoísmo


Se alguém me chama "egoísta", o que está a dizer-me?
Está a dizer-me "não penses em ti, pensa em mim.".
Quem é o egoísta?

Desde há três ou quatro mil anos que o Talmude diz:

Se eu não pensar em mim, quem o fará?
E se eu só pensar em mim, quem serei eu?
E se não for agora, quando? 

Existem três categorias de pessoas:

Uma, a que, quando tem frio oferece toda a sua roupa de agasalho.
Outra, a que, quando sente frio, veste a sua roupa de agasalho.
E uma terceira que, quando sente frio, acende uma fogueira para se aquecer a si mesma e a todos os que queiram desfrutar do calor.
A primeira pessoa é suicida: irá morrer de frio.
A segunda é miserável: irá morrer sozinha.
A terceira é um ser humano normal, adulto e egoísta (acende a fogueira porque ele tem frio).
Eu quero ser aquele que acende milhares de fogueiras e, mais ainda, quero ser o que ensina milhares de seres humanos a acender fogueiras. 

Definitivamente, não sou humilde.



Jorge Bucay


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sábado, 1 de setembro de 2012



Lágrimas quentes que escorrem sem sentido aparente.

Serão denúncias de que por dentro as coisas não vão bem?
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