Retrato do Eu-lirico |
A meia noite os sons do coração se revelam,
a principio calmos, mas vagarosamente tornando-se barulhentos.
Ignorando a exigência de se manterem em silêncio
fluem para fora como uma onda de movimento.
Minha alma deixa de ser tranquila e pacifica,
torna-se textural e inquieta, atormentada.
Significativamente é perceptível que algo muda a cada noite,
por que o dia deixará de ser o mesmo amanhã.
Evoluindo no contexto como que por séculos e eras mundanas
passo a ser algo novo em questão de instantes.
Sou como um vaso que cai e não pode voltar a ser o mesmo,
como um muro que recebe uma nova camada de tinta a cada verão.
Mas isso não me torna inconstante.
É mais como algo que me coloca frente a novos desafios,
que me faz aprender com as experiências anteriores.
Quero acreditar que aprendi com os erros que cometi,
com as pessoas que escutei,
com as musicas que ouvi,
com os olhares gentis que recebi
e com os lábios que docemente acalentei.
Por Vanessa Lima